A nova geração carece de obras que representem o estilo de vida adolescente atual. Não à toa estão usando tantas referências dos anos 2000, como o icônico Meninas Malvadas (2004), ou mesmo clássicos como O diabo veste Prada (2006), Confissões de uma adolescente em crise (2004) e De repente 30 (2004), por exemplo para se inspirarem. Ligada nisso, a Netflix tem investido em séries e filmes para esse público jovem.
Uma das estreias mais recentes do streaming foi o filme Justiceiras, que reúne estrelas jovens, já aclamadas por diversas outras produções. No filme, Drea (Camila Mendes) é a garota mais popular da escola que chegou ao posto com muita estratégia e esforço ao longo do tempo. Ela aspira por uma vaga em Yale e planejou toda a sua vida com vistas à esse objetivo audacioso. Porém, todo o empenho de anos para ter esse local na hierarquia e reconhecimento escolar vai abaixo quando um vídeo íntimo seu é vazado por seu próprio namorado. Já Eleanor (Maya Hawke), entretanto, é a novata na escola, traumatizada por ter sido exposta e ter tido rumores espalhados pela menina por quem era apaixonada. Com o objetivo de se vingarem, as duas se unem.
Além da ótima interação entre as protagonistas, o filme traz clichês de filmes adolescentes a partir de uma perspectiva atual, com as problemáticas que afetam os jovens dessa geração. Repleto de piadas ácidas e ironias, o filme refaz uma cena clássica de Meninas Malvadas e traz esse pano de fundo de uma escola dividida em grupos sociais e marcada por romances improváveis.
Apesar do humor, o filme consegue trazer temas caros às relações entre os jovens hoje de maneira sensível e com reflexões importantes. Embora traga como referência esses conflitos adolescentes já popularizados em filmes para esse público, eles são utilizados para atuais e necessárias percepções: o cara popular e rico, porém boy lixo que é muito machista e a ideia de que ambição feminina não é algo inexistente, mas pode ser positivo quando usado com um propósito louvável foram aspectos que me surpreenderam positivamente. Outro ponto assertivo do enredo são as reviravoltas que, além de dar um novo fôlego à obra, mostrou algo bem real: somos tão vítimas quanto vilões na vida. E precisamos nos responsabilizar por isso.
Isso tudo sem falar no figurino! Preciso enfatizar que as roupas das personagens me encheram os olhos (a ótima fotografia também contribuiu, claro) e eu já quero um uniforme lilás para chamar de meu.
Justiceiras está disponível na Netflix.
Avaliação: ⭐⭐⭐
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